domingo, 24 de outubro de 2010

Na fila do supermercado

Na fila do supermercado Netto, um garoto de uns oito anos, baixo, gordinho e loiro, está emburrado. É uma tarde de domingo, parada como sempre. O pai e a mãe fazem as compras da quinzena.

O pai do garoto percebe o filho cabisbaixo junto da mãe na fila. Suspira e olha ao redor, seu olhar tromba em algo. Um fio de idéia cruza a mente e as peças vão se juntando. Sim, ele sabe aonde ir agora, já percebeu no detalhe outro dia. É só ir.

A mãe observa o pai enquanto este guarda as compras no porta-malas do carro. Há algo de diferente, mas bom, no seu rosto, ela sabe bem. O garoto continua de cara fechada, sem notar nada.

Corta para 20 minutos depois. A trindade familiar chega lá, na universidade. O garoto já sorri nessas alturas, o pai já lhe falou o que vai acontecer e a mãe continua sorrindo enquanto caminham todos juntos, daquele jeito meio desorganizado das pessoas felizes.

Enquanto cruzo o salão, a família passa por mim, conversando. O garoto brilha no espaço, carregando um pacote de bolinhas de ping-pong, e o pai e a mãe riem. Em poucos minutos, ping-pong, ping-pong, ping-pong, e saudades da minha casa.

0 comentários:

Postar um comentário